Formula 1, sem testes de pista, no inverno e durante a temporada,
o equilíbrio entre as equipes fica comprometido.
Mais um ano de domínio da Red Bull ou não? Entre os grupos de aficionados, a solução
parece mais simples do que tentam explicar. Liberem os testes de inverno na pré-temporada, e os
particulares durante o ano. Desta forma teremos disputa entre pelo menos duas equipes, no
Mundial de Pilotos e de Construtores na temporada. Enquanto isto, de uns anos para cá, calendários
cada vez mais longos, isto é, com mais Grand Prix, o que era no máximo 16, em alguns anos 17, hoje
com mais de 20. Este ano com 23 e talvez 24. Esta diferença dos tempos de 16 Grand Prix ou 17,
entre seis ou sete Grand Prix, poderia ser usada para que as equipes pudessem testar, e em pouco
tempo a equipe que estivesse mais próxima da vencedora, poderia entrar na disputa pelos Mundiais
de Pilotos ou de Construtores, algo que não é visto já há quase uma década.
Parecem estar preocupados apenas com a divisão do dinheiro dos direitos de imagem e
das premiações deixando a razão de existir da Formula 1, isto é, o desafio da evolução tecnológica
em segundo plano.
Fazendo um trocadilho, com a frase atribuída ao lendário Sir Jack Stewart, Campeão na
categoria em 1969, 1971 e 1973, “No money no race”, agora “Sem testes, sem disputas, o que
passou ser a realidade dos dias atuais. Já vão longe os tempos de outrora, quando Nelson Piquet,
mesmo sendo Campeão Mundial, pilotando o Brabham-Ford-49C, logo após o final da temporada de
1981, seu primeiro Mundial. Em uma entrevista, na época, declarou, simplesmente não ter tido
tempo para visitar o Brasil, seus familiares e amigos. Estava testando seu monoposto, o Brabham-
B.M.W.-BT50, para a temporada de 1982, o que significou rodar milhares de quilômetros em
autódromos vazios. Outro exemplo do mesmo Piquet, os 5.000 km rodados durante a temporada de
1987, para acertar a suspensão ativa para ser instalada no Williams-Honda-FW11B, o carro com o
qual, foi vencedor da temporada. Apenas dois exemplos de um mesmo piloto, em duas épocas
diferentes, hoje a Formula 1, tem tido campeonatos de uma só equipe dominando as temporadas.
Em virtude de destes testes praticamente serem proibidos, a categoria máxima do automobilismo
parece padecer sem disputas. Poderia ter menos Grand Prix, instituindo o rodízio de circuitos nas
temporadas e o dinheiro gasto pelas equipes para fazer seis, sete, ou até oito Grand Prix a mais,
poderia ser usado nestes testes.
Na veloz pista de Jeddah, na Arábia Saudita, domínio da Red Bull no último final de
semana, algo que pareceria bem mais interessante se tivéssemos pelo menos dois pilotos de duas
equipes diferentes, disputando o primeiro lugar. Neste ano pelo menos, a Formula 1 poderá ter o
primeiro mexicano Campeão Mundial.
Enquanto isto, esperemos por 2026, ano previsto de mudança nas regras e no
regulamento e que façam algo pelo esporte e que haja uma conciliação entre os interesses
financeiros e os esportivos.
Claudir Pereira
Claudir Pereria